Antes do Socialismo se infiltrar e tomar para si a rogativa, a luta da Mulher e da Família por uma vida melhor, era legítima e sem ideologias, portanto vale a pena conhecermos a trajetória das Mulheres Valentes, que nos antecederam. Assim conseguimos entender e tirar nossas próprias conclusões do que essas datas representam nos dias de hoje para cada um de nós.
O Dia Internacional da Mulher é celebrado anualmente em 08 de março.
A data comemorativa foi instituída pela ONU – Organização das Nações Unidas, em 1975.
Muitas histórias marcaram a luta das mulheres para ter seu espaço na sociedade, fazendo com que esse não seja apenas um dia de homenagens, mas a recordação do esforço feminino, que resultou em conquistas sociais, econômicas e políticas.
Se você não sabe porque essa data foi escolhida e o que ela representa, confira aqui 8 fatos que contribuíram para criação do Dia Internacional da Mulher.
1. O Início da Luta
Numa época em que mulheres trabalhavam 16 horas por dia e ganhavam um terço do que os homens recebiam, iniciou-se uma luta para redução da carga de trabalho e a busca de melhores salários.
Em decorrência de uma confusão feita em jornais alemães e franceses, criou-se um mito acerca de um incêndio que teria acontecido no dia 08 de março de 1857 na cidade de Nova York. Nessa ocasião, mulheres teriam sido presas, outras esmagadas pela multidão que fugia, e 129 operárias teriam sido mortas por um incêndio na fábrica que elas ocupavam.
Em torno dessa data, muitas pessoas atribuíram a origem do Dia internacional da mulher a esse acontecimento que, na verdade, NÃO aconteceu.
2. O Dia da Mulher em Manhattan
Em 1908, foi escolhido o último domingo do mês de fevereiro para realização de protestos organizados pelas mulheres socialistas dos Estados Unidos.
Nessa manifestação, as mulheres reivindicaram melhores condições de trabalho e a conquista do direito de votar. Esse ficou conhecido como o Dia da Mulher, e em Manhattan, no ano seguinte, o evento contou com a presença de 2 mil pessoas. A data continuou a ser utilizada para as ações femininas até o ano de 1913.
3. A Greve Geral em 1909
Com a industrialização por volta dos séculos XIX e XX, as condições de trabalho nas fábricas eram precárias. Jornadas de trabalho em torno de 14 horas, baixos salários e péssimas instalações mobilizaram as mulheres a lutar por seus direitos, numa época em que até crianças trabalhavam.
Clara Lemlich propôs em 22 de novembro de 1909 a greve geral do setor têxtil, que durou até fevereiro de 1910. A desigualdade e opressão vivida na época levaram 15 mil mulheres às ruas para protestar por melhores condições de trabalho, salários dignos e diminuição da carga horária.
4. A Proposta de Clara Zetkin
Em 1910, a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras realizou-se em Copenhague, na Dinamarca, com uma proposta da alemã Clara Zetkin para escolher uma data que anualmente seria o Dia das Mulheres para pressionar o governo pelas demandas da luta feminina. Essa iniciativa teve o apoio unânime das mais de 100 mulheres participantes de 17 nacionalidades.
Como resultado da reunião, comícios com mais de um milhão de pessoas ocorreram nos países da Áustria, Alemanha, Dinamarca e Suíça. Esses atos foram marcados pela busca do direito de votar, frequentar formações profissionais, ocupar cargos públicos e pelo fim da discriminação da mulher no ambiente de trabalho.
5. O Primeiro Dia Internacional da Mulher
O primeiro Dia Internacional das Mulheres ocorreu em 19 de março de 1911 na Suécia, Alemanha, Dinamarca e Áustria, como resultado da conferência realizada no ano anterior.
Neste mesmo ano, um incêndio ocorrido em 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company em Nova York fortaleceu ainda mais a escolha de um dia para lutar pelos seus direitos.
Instalações elétricas precárias, piso de madeira e uma enorme quantidade de tecido no local contribuíram para que o fogo se espalhasse rapidamente pela fábrica. Neste dia, 125 mulheres e 21 homens morreram, a maioria imigrantes judeus.
Em 05 de abril foi realizado um funeral coletivo acompanhado por 100 mil pessoas. As manifestações se tornaram intensas desde que a tragédia ocorreu, principalmente para reivindicar segurança no trabalho.
6. O Protesto “Pão e Paz”
Em 1917 o ano foi marcado por uma marcha com mais de 90 mil mulheres. Os direitos reivindicados eram principalmente por melhores condições de trabalho, já que naquela época era comum as mulheres trabalharem até 16 horas diárias 6 dias por semana.
Em 08 de março de 1917, as mulheres russas protestaram ao grito de “Pão e Paz”. O feito resultou na renúncia do czar e concessão do direito ao voto para as mulheres pelo governo provisório instituído.
7. A Instituição da Data pela ONU
A Organização das Nações Unidas declarou o ano de 1975 como o Ano Internacional da Mulher. Como a partir da década de 60 a data que mais se utilizava como Dia da Mulher era o 08 de março, a ONU instituiu essa data para celebração anual.
Para a ONU, a luta pela igualdade é um esforço coletivo e a organização busca promover estratégias, acordos e programas ao redor do mundo para elevar o status da mulher na sociedade.
8. A IV Conferência Mundial da Mulher
Em 1995 aconteceu a IV Conferência Mundial da Mulher em Pequim, na China. A Declaração e Plataforma de Ação de Pequim foi criada durante a conferência e assinada por representantes de 189 governos.
Como uma forma de atuar em áreas críticas para mulheres, foram escolhidas 12 áreas prioritárias. São elas:
- Mulheres e pobreza;
- Educação e Capacitação de Mulheres;
- Mulheres e Saúde;
- Violência contra a Mulher;
- Mulheres e Conflitos Armados;
- Mulheres e Economia;
- Mulheres no Poder e na liderança;
- Mecanismos institucionais para o Avanço das Mulheres;
- Direitos Humanos das Mulheres;
- Mulheres e a mídia;
- Mulheres e Meio Ambiente;
- Direitos das Meninas.
A Agenda Continua Avançando
Atualmente o Dia Internacional da Mulher é um lembrete Socialista de que a agenda continua avançando. Mulheres lutam todos os dias para melhorar a vida e alcançar seus direitos, e sem movimentos ideológicos seria mais justo.
No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher e a agenda continua avançando…
Por: Marize Oliveira